BIRD GEI: pesquisa revela indicadores de aprendizado do idioma inglês cursos online vs. presenciais no Brasil em 2010

A BIRD GEI | Consultoria e Gestão de Idiomas está divulgando a 6ª Pesquisa de Produtividade no Aprendizado de Idiomas do mercado brasileiro. A pesquisa de 2010 é a primeira do gênero no Brasil, pois compara a eficácia dos cursos de idiomas presenciais vs. cursos de e-learning ou online.

O debate sobre a eficácia dos cursos tradicionais para ensino de idiomas vs. e-learning está apenas no início. Os cursos online ganham novos adeptos a cada dia, têm custos menores quando comparados à formação convencional e oferecem facilidade e flexibilidade de acesso. Mas, será que são realmente capazes de substituir o ensino presencial?  De que forma a interação formador/formandos se dá nos cursos de idiomas online e como tal interação afeta o processo de aprendizagem e os resultados? É mito ou fato que cursos online exigem maior motivação dos alunos e mais disciplina e auto-organização por parte deles? Será que o brasileiro deposita confiança neste tipo de metodologia educativa?

Com o intuito de esclarecer essas e muitas outras dúvidas e oferecer a nossos stakeholders e ao mercado uma visão de futuro mais esclarecedora, a BIRD GEI iniciou um projeto piloto para acompanhar 50 alunos nessa modalidade de ensino. Apresentamos abaixo o comparativo dos cursos de idiomas presencias vs. online.

O início do aprendizado de idiomas online
Até o inicio dos anos 2000 as escolas de idiomas mundo afora eram as principais fornecedoras de cursos. O conteúdo pedagógico de “autoria própria” é ainda oferecido por algumas escolas no Brasil, especialmente as franquias, devido prioritariamente ao fato de ser uma fonte de renda extra (sem questionar sua eficácia). As demais passaram a optar por conteúdo desenvolvido por grandes editoras quando estas “internacionalizaram” os conteúdos ou, ainda, desenvolveram conteúdo específico por país/cultura já em meados dos anos 90.

Com a expansão de tecnologias de alcance global, entre elas o e-learning, as próprias escolas foram as primeiras a começar a explorar novas formas de ensino: dicionários pela internet, salas de bate-papo, áreas gratuitas para prática do(s) idioma(s), além de uma série de cursos regulares e específicos para profissionais.

Recentemente observamos uma segunda tendência – a de escolas 100% “virtuais” – cujas propostas têm atraído clientes corporativos e individuais. Enquanto algumas dessas instituições têm claramente o propósito de complementar o ensino presencial – os cursos híbridos –, outras têm como objetivo substituí-lo, e estas foram o foco de nossa pesquisa.

BSC-i – Balanced Scorecard para Idiomas
A BIRD GEI desenvolveu o primeiro Balanced Scorecard para idiomas do mercado brasileiro. Inicialmente utilizado como um modelo de avaliação e desempenho nas empresas, a aplicação do BSC-i proporcionou o desenvolvimento de uma metodologia de gestão estratégica em T&D. Além de cumprir sua missão de avaliação e desempenho, o BSC-i tem permitido às empresas tomar decisões e gerir a informação com maior precisão, pois elas ganham vantagem competitiva, agregam valor, racionalizam os investimentos, redefinem e realinham seus objetivos no T&D de idiomas. Foi através do BSC-i, utilizado em todas as pesquisas, que a BIRD GEI tem conseguido mostrar ao mercado os indicadores de resultados que servem de benchmark. Para garantir a fidelidade dos resultados do comparativo piloto de 2010, adotamos para os cursos online as mesmas metas de progresso e BSC-i dos cursos presenciais.

Histórico de pesquisas
Em 2007 a BIRD GEI acompanhou 220 alunos com cursos presenciais patrocinados por empresas de diferentes setores da indústria. Naquele ano, 40% dos alunos tiveram o patrocínio suspenso por não atingirem suas metas mínimas de progresso. Já em 2008 tivemos a satisfação de anunciar que o número de alunos sem atingir a meta mínima de progresso caiu pela metade, de 40% para 20,08%. Os fatores que mais contribuíram para este fato foram um RH mais pró-ativo, a contratação de consultorias de idiomas e a valorização das ferramentas gerenciais disponibilizadas por estas consultorias – em especial os indicadores de resultados e metas de aprendizado.

Em 2009 acompanhamos o desempenho de 162 alunos do setor financeiro. “Escolhemos esse segmento propositadamente, não somente por ter sido um dos mais afetados pela crise global, mas também por ser um dos mais competitivos”, informa Paulo P. Sanchez, sócio fundador da BIRD GEI. Observamos que o número de alunos que perderam o patrocínio por não alcançarem metas mínimas de progresso se manteve estável na casa dos 22%. Os alunos, na média, proporcionaram um ROI de R$ 88,58 para cada R$ 100,00 investido pelos patrocinadores, um número bastante significativo.

Conclusões
A apresentação desse primeiro comparativo visa a uma análise totalmente imparcial ao demonstrar resultados e tratar sobre os processos que podem levar à maior eficácia dos cursos online e presenciais.

Os cursos online estão apenas iniciando suas atividades no Brasil ao passo que os cursos presenciais, no decorrer de muitos anos, puderam adaptar seus cursos e metodologias ao mercado interno. Por outro lado, os próprios indicadores das pesquisas anteriores mostram que a presença ativa do RH é fundamental na redução do número de alunos que não alcançaram suas metas nos cursos presenciais.

Este mesmo padrão foi observado nos cursos online. O número de horas de estudo, um relatório padrão emitido pelas escolas online, demonstra que os recursos disponibilizados por elas foram subutilizados: na média de todas as habilidades, os candidatos realizaram 47,74% das horas recomendadas.

Seguindo os mesmos critérios de análise dos alunos de cursos presenciais, na média, os alunos dos cursos online tiveram um bom aproveitamento.

Entretanto, o índice de alunos desses cursos que deixaram de atingir a meta foi superior ao dos cursos presenciais e é nesse momento que se torna fundamental considerar os fatores que levaram a esse primeiro resultado. Nos cursos online, 17 dos 50 alunos foram excluídos do programa (34%) por não terem iniciado o curso e, dos 33 restantes, 10 acessaram pouco e, por esse motivo, ficaram abaixo de suas metas mínimas de progresso individuais (20% do total e 30% do grupo).

É igualmente essencial esclarecer que, nos cursos presenciais, a subutilização de verbas disponibilizadas para os cursos pelas empresas foi responsável pelo índice de 22% de alunos que não atingiram suas metas mínimas, ou seja, esses alunos de cursos presenciais tiveram patrocínio, mas não estudaram, ou faltaram às aulas.  A pergunta que nos move a partir desses indicadores encontra-se no âmbito da busca de elementos e estratégias que levem esses alunos a maximizar o uso dos recursos disponibilizados por suas empresas, pelos cursos online e presenciais e pelas consultorias de idiomas.

Muitas das decisões das empresas por um determinado tipo de curso fundamentam-se em pesquisas de satisfação.  Incluímos então em nossa análise o fator “satisfação” e verificamos que, na média, os alunos avaliaram com nota 7,5 (de um total de 10) os cursos online, o que indica o mesmo padrão de satisfação dos cursos presencias. Ou seja, “mesmo obtendo índices de satisfação similares, esse fator por si só, sem indicadores de resultados e o BSC-i, podem gerar uma visão de futuro distorcida,” esclarece Paulo P. Sanchez.

Concluindo, as mesmas ações adotadas nos cursos presencias que levaram à redução no número de candidatos que não atingiram suas metas também se aplicam, portanto, aos cursos online.  Um RH mais pró-ativo, a contratação de consultorias de idiomas, a valorização das ferramentas gerenciais disponibilizadas por estas consultorias, em especial os indicadores de resultados e metas de aprendizado, parecem ser essenciais para a eficácia de qualquer modalidade de curso.

Fatores culturais
A maioria dos alunos dos cursos online, de forma espontânea e, portanto, sem valor estatístico, informou que está ciente de que ficou abaixo das horas recomendadas por diversos motivos, destacando-se entre eles, dificuldade de gerenciamento de horas, priorização de outras atividades relacionadas às suas funções e a falta de disciplina. São estes os principais fatores que também influenciaram negativamente os resultados dos alunos em cursos presenciais em todas as nossas pesquisas.

Observamos, entretanto, que houve restrições que podem ter comprometido os resultados. Enquanto alunos presenciais puderam utilizar as dependências da empresa para aulas, desde que não em horários de trabalho, o mesmo não aconteceu com os alunos de cursos online. Por questões de segurança de informações, as empresas ainda bloqueiam o acesso dos usuários aos cursos.

Há também questões relacionadas ao conteúdo dos cursos. O conceito “pense global, atue local” pode ser comprometido uma vez que os cursos online são padronizados mundo afora. Entretanto, essa questão também existe nos cursos presenciais e cabe ao formador, no caso o professor, fazer a adequação.

Algumas empresas alegam ter adotado cursos online por sua facilidade, benefícios financeiros, pesquisas de satisfação ou ainda porque suas matrizes no exterior fecham contratos com escolas online de forma global impondo uma metodologia padronizada a todas as filiais. Considerando todas as questões acima, não seria o caso de nos perguntarmos se o que funciona nos demais países, funciona no Brasil? E, se a resposta for negativa, como podemos tornar nosso processo mais eficaz e condizente com a nossa realidade?

Também ficou evidente que a distribuição das horas estudadas foi concentrada nas habilidades receptivas (compreensão e gramática), enquanto que deveriam ser distribuídas entre as receptivas e produtivas (comunicação e leitura). Em um mundo globalizado, no qual o inglês deixou de ser um segundo idioma para se transformar em um instrumento de comunicação global, ser agente-produtor com domínio da linguagem comunicativa e argumentativa no seu próprio e em outro idioma é essencial. Logo, não importa se online ou presencial, os cursos de idiomas precisam focar nessa competência lingüístico-argumentativa de forma mais eficaz.

Por enquanto é possível afirmar que há indícios claros de que, se os alunos dedicarem o número de horas recomendas, os resultados dos cursos online podem ser equivalentes aos presencias, uma boa notícia. Entretanto, por ser uma primeira pesquisa, seus resultados ainda são inconclusivos e investigações futuras fazem-se necessárias. Para tal, a BIRD GEI iniciou em 2010 o monitoramento de um grupo de 200 alunos patrocinados com cursos online, inclusive o idioma espanhol. O objetivo da próxima pesquisa é consolidar os indicadores do piloto, abordando um universo mais significativo de alunos e minimizando o impacto de fatores externos.

Pesquisa 2010
Nosso cliente patrocinador selecionou criteriosamente duas escolas online e determinou 25 alunos para cada uma delas. Nos cursos online é o aluno quem determina o quanto de seu tempo será dedicado a cada uma das quatro habilidades (compreensão, leitura, comunicação, gramática). Com a finalidade de estabelecer parâmetros similares entre cursos online e presenciais das quais já tínhamos índices de pesquisas anteriores, desenvolvemos uma escala de equivalência de horas de estudo mínima com base em análises do conteúdo desses cursos.

Assim, para cada 8 horas/mês de aulas individuais presenciais, recomendamos 16 horas de estudos online a serem distribuídas entre gramática/vocabulário, redação e compreensão e 2 horas de conversação, totalizando 18 horas/mês.

O resultado desta pesquisa demonstra claramente que os candidatos que distribuíram suas horas de estudos entre as quatro habilidades foram os que obtiveram melhores resultados, exatamente como nos cursos presenciais, e que a equivalência de estudos de aulas presencias vs. online recomendada no início do projeto estava acima do ideal. Ao invés das 18 horas de estudo/mês online, a equivalência recomendada seria de 10 a 12 horas/mês, sendo de 6 a 8 horas distribuídas entre gramática/vocabulário, redação e compreensão 4 horas de comunicação.

Resultados
Na média, os alunos acessaram 24,92% das horas recomendadas para comunicação e 70,56% das horas recomendadas para as demais habilidades.

Em gramática/vocabulário, na média, houve um progresso efetivo de 9,52%. A redação apresentou uma evolução de 13,97% a compreensão 10,29% e a comunicação 15,81%. A média geral de progresso em todas as habilidades foi de 12,09%.

Além disso, quando os alunos foram re-distribuídos em quatro grupos, de acordo com as horas acessadas, tanto os alunos regulares (dentro da margem de horas recomendas) quanto os alunos “heavy users” (que superaram em muito as horas recomendadas) tiveram resultados semelhantes e atingiram 119,71% e 124,17% de suas metas, respectivamente, ou seja, acima do esperado. Os resultados dos alunos com pouca carga horária e carga horária de “light users” (alunos com acesso irregular) foram altamente comprometidos.

Mesmo considerando estas variáveis, os alunos alcançaram, na média ponderada, 85,75% de suas metas e, portanto, compatíveis com os resultados dos cursos presenciais.

SOBRE A BIRD GEI
BIRD GEI | Consultoria e Gestão de Idiomas é uma empresa especializada em soluções gerenciais e ferramentas estratégicas que asseguram às organizações e profissionais foco na execução de suas estratégias de treinamento, desenvolvimento e capacitação em idiomas.

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Benchmarking em aquisição de idiomas: dúvidas?
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